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MARIA DOS PRAZERES CASTRO
empresária, participará 7ªedição da Revista Internacional Destaque Nordeste( Lei 17959)

Maria dos Prazeres de Oliveira Castro é recifense e tem 64 anos. Quem mora no Recife pode até não conhecê-la pessoalmente, mas dificilmente ainda não provou algum de seus quitutes. Ela é a mulher por trás de uma das mais populares redes de tortas, doces e salgados da capital pernambucana: Delícias da Prazeres. A filha mais velha de seu José de Oliveira e dona Luísa Gouveia nasceu no dia 7 de março de 1959 e cresceu no bairro dos Torrões, na periferia recifense, junto com os cinco irmãos. O dom de cozinhar, levou a dona de casa, que não teve oportunidade de concluir os estudos, a se tornar uma bem sucedida empresária.
Tudo começou 35 anos atrás, na cozinha de sua casa. “Eu me separei, não trabalhava, não tinha estudo e tinha três filhos pequenos para criar. O que eu sabia fazer bem era cozinhar, então comecei a vender salgados na minha comunidade”, conta dona Prazeres. Ela começou fazendo empadas. A vizinha Leide Amorim foi a primeira cliente. Com a boa aceitação, ela passou a fazer, também, coxinhas. A empreendedora foi formando uma boa clientela e chegou a vender mais de cinco mil coxinhas por dia. Estava animada porque tinha dinheiro para manter os filhos e passear. “Mas de repente eu quebrei. Porque não soube administrar o que estava conseguindo ganhar”, conta dona Prazeres.
A quituteira ficou uns três anos sem vender salgados, até que decidiu voltar. “Dessa vez com mais experiência, com controle de gastos e orientação”, diz. Ela fornecia para festas, lanchonetes, cantinas de escola e padarias. O que era um empreendimento doméstico se transformou em um negócio formal. Segundo dona Prazeres, tudo graças ao apoio de uma cliente, dona de várias lojas de carro. “Maria do Carmo, vivia dizendo que eu tinha que abrir um espaço pra vender meus produtos e eu dizia a ela que não tinha condições, até que um dia a loja dela da Caxangá fechou e ela disse que era lá que eu ia abrir a minha. E assim foi. Ela me deu três meses sem pagar aluguel para eu organizar a papelada, abrir empresa e começar a vender. Então tudo que eu tenho hoje, eu devo a ela”, reconhece a empresária.
A loja foi aberta há 16 anos, no número 1.118, na Av. Caxangá, e recebeu o nome de Delícias da Prazeres. “Eu escolhi esse nome para todo mundo saber que era eu que fazia as delícias”, fala com orgulho. Hoje a rede Delícias da Prazeres, que vende kits festa, bolos, salgados, doces e refeições no Recife e na Região Metropolitana, tem sete lojas. “Eu cuido de duas: a matriz, que é na Caxangá e a filial dos Torrões. As outras lojas em Boa Viagem e no Rosarinho, no Recife; a de Aldeia, em Camaragibe, e a de Piedade, em Jaboatão, são administradas pelos meus filhos. Eu fiz questão que ficasse com eles, que sempre me ajudaram muito, em tudo, desde pequenos”, explica dona Prazeres. Ela é mãe de Alberto, 49 anos, Viviane, 42, e Cícero, 36, e tem seis netos: Joana, Alberto, Larissa, Gabriela, Victor e Lucas.
Mesmo com toda uma equipe de produção e administração, a empresária faz questão de acompanhar tudo de perto. “Hoje eu participo mais da administração, mas quando é preciso, num dia de movimento grande, ainda vou para a cozinha e coloco a mão na massa. Tenho carinho e respeito grande pelos meus funcionários. Muitos estão comigo desde o começo”, afirma. Dona Prazeres chega antes das oito horas da manhã. “Desde o início não foi nada fácil, eu não tinha hora. Tinha dia que os vizinhos chegavam às onze da noite na minha casa e eu ia fritar coxinha. Às vezes eu já tava de camisola, mas nunca neguei”, relembra com carinho. A empresária é muito querida e respeitada nos Torrões, onde continua morando.
Dona Prazeres é uma mulher simples, que valoriza as origens. Muito tímida e reservada, evita falar de sua vida e suas conquistas. “Eu não gosto de me mostrar. Uma vez eu fui na minha loja do Rosarinho e entrei calada, só dei boa tarde à funcionária. E um cliente se chateou, achou que fui mal educada, mas não foi isso não, é meu jeito mesmo”, conta ela sem graça. “Eu sei que tenho que melhorar isso, minhas filhas e netas sempre falam, meu contador, também, que eu tenho que me mostrar mais, mas não sou disso não”, diz ela, tímida, e acrescenta: “Eu só tenho a agradecer. Não sou rica, mas vivo bem com minha família, que é tudo pra mim”, conclui Dona Prazeres.

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